A atividade económica moçambicana recuperou em novembro, ficando pelo segundo mês consecutivo em terreno positivo, com os novos negócios a crescerem “ao ritmo mais acentuado dos últimos 17 meses”, segundo o índice PMI divulgado hoje pelo Standard Bank.
“A produção em Moçambique aumentou a um ritmo mais rápido em novembro, apoiada por uma recuperação sólida nos novos negócios e pelo aumento do emprego. É de salientar que as novas encomendas registaram o maior aumento desde junho de 2024. No entanto, as empresas continuaram a escoar os ‘stocks’, enquanto as pressões sobre os preços dos meios de produção aceleraram”, lê-se no estudo.
Citado no documento, o economista-chefe do Standard Bank Moçambique, Fáusio Mussá, refere que a maioria dos subíndices do PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) de novembro denota “um aumento mensal consecutivo no respetivo indicador de negócios”, sendo de salientar “alguma transferência dos aumentos de custos das empresas, para preços de venda mais elevados”.
Alerta igualmente que a possibilidade de encerramento da Mozal, uma das maiores fundições em África e a maior indústria em Moçambique, em março do próximo ano, como anunciado, “se a empresa não conseguir assegurar uma tarifa de eletricidade favorável, implica pressões temporárias adicionais ao nível do crescimento económico, nas finanças públicas e na liquidez em moeda externa”.
“A economia de Moçambique registou um crescimento negativo do PIB [Produto Interno Bruto] nos primeiros três trimestres de 2025, com uma média de -1,9%, denotando uma recuperação lenta do impacto da tensão pós-eleitoral. Prevemos que o crescimento do PIB se torne positivo neste último trimestre de 2025, apoiado por efeitos de base favoráveis, mas com um elevado risco de se tornar negativo a partir do segundo trimestre de 2026, caso a Mozal seja encerrada”, alerta ainda Mussá.
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O índice PMI tinha subido de 49,1 em junho para terreno positivo em julho, com 50,7, mas em agosto voltou a cair para valores negativos, 49,9, e em setembro para 49,4, recuperando em outubro para 50,4 pontos e em novembro para 50,8.
Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.
O mais recente relatório refere que as empresas receberam em novembro “maiores volumes de novas encomendas pelo segundo mês consecutivo” e que a taxa de crescimento “acelerou e foi a mais acentuada registada em quase um ano e meio”.
“Em particular, os cinco subsetores monitorizados pelo inquérito PMI assistiram a um aumento dos novos negócios, com os membros do painel a referirem a crescente procura por parte dos clientes e o sucesso de novos produtos. Subsequentemente, a produção das empresas expandiu durante o período do último inquérito, com o crescimento a fortalecer ao ritmo mais rápido desde julho”, sublinha.
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Acrescenta que de modo geral as empresas “afirmaram que uma melhoria da procura tinha incentivado um aumento da atividade” no mês passado e que o emprego foi “outra área que registou um impulso em novembro”, com os dados mais recentes “a assinalarem a mais forte ronda de criação de postos de trabalho desde julho do ano passado”.
“Tal como com as novas encomendas, o aumento na contratação de pessoal foi generalizado em todos os setores monitorizados. Em contrapartida, as empresas reduziram os seus inventários pelo sétimo mês consecutivo, o que indica uma falta de apetência para manter stocks de reserva”, aponta ainda o estudo do Standard Bank.
fonte: jornaleconomico

