Cabo Verde volta a ser “sucesso de vendas” para a Solférias, apesar da concorrência da easyJet

ilha do sal cabo verde christian cacciamani unsplash

“Mesmo com entrada da easyJet, Cabo Verde continua a ser um sucesso de vendas” para o operador turístico Solférias, revelou Sónia Regateiro, Chief Operating Officer da empresa, em entrevista ao PressTUR.

-Como estão as vendas para Cabo Verde?

Sónia Regateiro: Continua a ser um sucesso. Por mais voos que haja, por mais oferta que exista, mesmo com a entrada da easyJet, Cabo Verde continua a ser um sucesso de vendas. Continuamos a crescer a dois dígitos. É impressionante.

-Foi o primeiro Verão da easyJet em Cabo Verde. Não sentiram impacto?

Sónia Regateiro: Não. A easyJet levou clientes diferentes à Ilha do Sal. Acho que há espaço para todos. A easyJet potencializou a procura pelo tipo de cliente que procura mais apartamentos, mais alojamentos locais, estadias mais curtas. A nível de resorts é muito difícil um passageiro conseguir encontrar disponibilidade de alojamento. Com tanta operação e com tantos quartos contratados por operadores turísticos, nacionais e internacionais, um passageiro que compra o bilhete na easyJet tem dificuldade em encontrar alojamento num resort ou num hotel. Eu conheci alguns que compraram o bilhete a um preço incrível, mas depois não conseguiram viajar porque não tinham alojamento num hotel ou num resort que queriam.

-Quantos clientes tiveram na Ilha do Sal?

Sónia Regateiro: No ano passado, ao dia de hoje, 8 de Setembro, tínhamos quase 18 mil passageiros vendidos para Cabo Verde, para viagens de 1 de Maio a 31 de Outubro. Este ano temos mais de 24 mil.

-Como foi a vossa operação para Cabo Verde este ano?

Sónia Regateiro: Estivemos muito concentrados na Ilha do Sal. Tivemos vários voos do Porto, uns partilhados com a Abreu e com a Soltrópico, e um sozinhos. Tivemos pela primeira vez um voo Porto – Sal exclusivo da Solférias. Também tivemos charters Lisboa – Sal, três com a SATA. Além disso, aumentámos muito a nossa aposta de lugares em risco com a TAP. Deu-nos aqui uma dimensão de lugares para Ilha do Sal enorme.

-E para a Boa Vista?

Sónia Regateiro: Tivemos uma operação do Porto para a Boa Vista, onde a Solférias tem a maior quota de lugares, partilhado com a Soltrópico e com a Abreu. De Lisboa, a Boa Vista só trabalhámos com a TAP nos voos de terça e Sábado com lugares em garantia. A Boa Vista é uma operação muito mais curta e muito mais pequena que o Sal.

-Vão manter no próximo ano?

Sónia Regateiro: Sim, é para manter a mesma estratégia.

-Mesmo para a Ilha do Sal?

Sónia Regateiro: Vamos aumentar a nossa capacidade de lugares para a Ilha do Sal no próximo ano, mas tudo com base na TAP. Estamos sempre abertos a conversas com outras companhias, mas para já o que está em cima da mesa é aumentar a quantidade de lugares em firme com a TAP.

– Como analisa o debate cada vez mais frequente sobre o excesso de turismo?

Sónia Regateiro: Não há excesso de turismo. Lembro-me que toda a gente falava de excesso de turismo antes da pandemia e quando apareceu o covid todos perguntaram onde estavam os turistas e do que é que iriam viver. O turismo contribui muito para a economia dos países e para a melhoria das condições de vida dos seus habitantes. Logicamente, há coisas que nos preocupam.

-Por exemplo?

Sónia Regateiro: O volume de turistas na Ilha do Sal é uma preocupação. É preciso analisar como é que são impactadas as infra-estruturas, o tratamento de lixo, o fornecimento de água e de luz. Os operadores turísticos têm que sensibilizar os órgãos governamentais de cada país para que as infra-estruturas acompanhem o crescimento do turismo. E também estamos a sensibilizar os passageiros. Por exemplo, as pessoas viajam para Cabo Verde e estão muito habituadas a pedir uma garrafa de água no hotel para levar para a praia ou para o quarto, mas já há hotéis com dispensadores de água para as pessoas abastecerem as suas próprias garrafas. Isso ajuda a eliminar o plástico. E mesmo assim temos passageiros que reclamam por isso. Temos que explicar que é uma questão de sustentabilidade e até para ajudarmos o país na gestão do lixo. O nosso trabalho enquanto operador turístico é sensibilizar os viajantes e dialogar com as entidades oficiais de cada país para que os recursos e as infra-estruturas vão acompanhando o crescimento do turismo. Acima de tudo, esse é o nosso papel.

Fonte: Presstur

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