Presidente Lourenço, com medo do general Carneiro  

JL higino

Texto de MARIA LUÍSA ABRANTES

Não me revejo como eleitora a votar no General Higino Carneiro para Presidente da República, por razões que na devida altura enunciarei, como também não votei no Presidente República João Lourenço (abstive-me), porque não acreditava que se rodeando quase das mesmas pessoas que enganaram o Presidente República José Eduardo dos Santos, dando maus pareceres e alimentando a corrupção e o tráfico de influência pudéssemos mudar para avançar. Trabalhar com estratégias elaboradas por consultores estrangeiros, ou com ideais ” roubadas” de terceiros que não conseguimos implementar como previsto, ou apresentar trabalho copiado pago a peso de “ouro “, só nos empurrará cada vez mais para o subdesenvolvimento.

Pela análise que fiz à recente entrevista que o PR JLO concedeu ao jornalista Ernesto Bartolomeu, percebi que mais uma vez, o PR não conseguiu disfarçar que está extremamente incomodado, ou irritado, com a candidatura de Higino. Ora isso não aconteceria provavelmente, se não houvesse qualquer interesse em influenciar na escolha de um futuro candidato do MPLA à presidência em 2027. A postura do PR JLO durante a entrevista não me surpreendeu, porque tem sido uma constante desde o início do seu mandato. Todavia, mesmo os cegos que não veem ouvem e entendem o tom de voz, assim como os surdos não ouvem, mas entenderam-no pela linguagem facial ríspida.

Por outro lado, se como disse o PR JLO a campanha eleitoral ainda não iniciou, é extremamente deselegante e anti-ético, o Presidente de todos os angolanos estar a tentar rebaixar A ou B, ainda que fosse um mendigo de rua, por pretender anunciar com antecedência que pretende candidatar-se as eleições dentro de apenas dois anos. Que mal há nisso? Candidato não significa forçosamente vencedor.

Em países civilizados como por exemplo nos Estados Unidos, qualquer cidadão ou criança é acarinhado e incentivado e no último caso, mais acompanhado para o efeito desde tenra idade. Ninguém estranha, nem se irrita quando qualquer cidadão declara que pretende candidatar-se à Presidência da República. Como exemplo temos o caso recente de uma angolana com dupla nacionalidade, que declarou que pretendia ser PR de Portugal e nunca ouvimos o Presidente de nenhum Partido e muito menos, o Presidente português, a tecer palavras a desconsiderar publicamente tal candidata com insultos.

Ou será que gostaria, que quando veladamente como em tudo no passado, com antecedência disse que  o PR JES não ia concorrer as eleições do MPLA (onde contrariamente ao que disse, não existe democracia interna), o PR JES publicamente dissesse que o PR JLO não era um super-general, nem um super-militante, ou que nem tinha o mestrado em História?

Por muitíssimo menos o PR JLO passou a ser conhecido como a vítima do PR JES, chegando a fazer crer que fez uma travessia pelo deserto. Qual o cidadão angolano que não gostaria de fazer uma travessia pelo deserto sentado na Assembleia Nacional, na qualidade de Vice-Presidente e membro do Comité Central e do Bureau Político do Partido no poder? Travessia no deserto estão a fazer todos os angolanos que não baixam a cabeça, não se calam, ou não se vendem e seus respectivos filhos.

Quando o PR JLO perguntou ao jornalista Ernesto Bartolomeu, sobre o que achava de um atleta que começaria a correr já no corrente mês de Junho de 2025, para a corrida de São Silvestre (que é em Dezembro de 2027), se fosse eu responderia, que poderia sim manifestar o seu desejo em ser campeão e começar a treinar de imediato. Não apenas para até lá bater o recorde nacional, mas também para obter uma boa classificação, que futuramente lhe permitisse aspirar a bater o recorde africano e se possível mundial (na categoria de maratona), como acontece com os atletas quenianos e nigerianos. É preciso deixar de pensar pequeno. Nem todos somos analfabetos (a alfabetização vai até ao final da 5ª. classe).

Sinceramente, como ouvinte também não entendi, se o referido encontro era uma audiência, porque foi solicitado a pedido de um cidadão, ou era uma reunião, porque o Presidente João Lourenço afirmou terem estado presentes outros elementos do BP do MPLA, não importa a pedido de quem. Se não publicita as audiências que dá aos órgãos do poder Legislativo e Judicial, está no seu direito, mas é pena que não o faça, pois seria de grande interesse, até sabermos o motivo e se é a pedido ou a convite.

Já dizia o velho ditado:

-“Quem tem telhados de vidro não deve andar à pedrada “.

Possivelmente o PR JLO preferiria o outro ditado que diz, ” Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço”.

O último exemplo disso foi o facto, de ter ido resgatar da cadeia no Gabão três corruptos convictos a nível internacional, isto é; o Presidente Ali Bongo, sua esposa e seu filho, enquanto persegue os filhos do seu antecessor, o PR JES e nada fez para entregarem o passaporte a que por decisão judicial Zeno dos Santos tinha direito, para visitar o seu pai em coma no hospital em Barcelona.

O problema é que os angolanos que poderiam falar não o fazem, ou porque temem por perder a vida, ou temem por perder o emprego, ou não serem promovidos, num país em que a maioria das pequenas e médias empresas ou encerrou, ou está para encerrar e os melhores cargos no Estado, são para os militantes de última hora do MPLA, alguns ” vendidos “da UNITA ou para as “cunhas” e bajuladores.

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