Está a ser a circular profusamente nas redes sociais uma informação segundo a qual hoje teria acontecido algo surreal durante o julgamento dos generais Kopelipa e Dino Fragoso.
De acordo com relato de quem presenciou os factos, vendo-se obrigada a interromper o julgamento por ausência de um intérprete de mandarim – já que um dos arguidos é chinês – a juíza Anabela Valente disse ser imperioso que o julgamento fosse retomado no próximo dia 19 porque, segundo cochichou ou aos ouvidos de um colega, mas em tom de voz suficientemente audível a todos os presentes, “não podemos ter atrasos destes. Temos ordens superiores para acelerar este processo”.
Muito expedito, um advogado de defesa logo solicitou que a juíza trocasse por miúdos as tais “ordens superiores que “querem acelerar o processo envolvendo os dois generais.
Enquanto a juíza Ana Bela Valente, subitamente encharcada em suores frios, tentava balbuciar algumas palavras para disfarçar a involuntária confissão, um colega saiu em sua defesa com a alegação de que “na justiça também há ordens superiores”.
A gargalhada da assistência foi ouvida a várias centenas de metros do tribunal.
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Anabela não precisou de identificar o autor das ordens superiores.
A todos os assistentes ficou óbvio que o julgamento de Kopelipa e Dino, dois antigos homens de confiança de José Eduardo dos Santos, está a ser comandado à (curta) distância. Muito certamente, as “ordens superiores” já determinaram o desfecho do julgamento e ele será independente das provas e argumentos que as partes apresentarem ou invocarem.
Seja qual for o desfecho, as “ordens superiores” hoje foram embaraçadas.
Graça Campos in Facebook