André Ventura é candidato à Presidência da República

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André Ventura é candidato à Presidência da República

Depois de ter reunido o Conselho Nacional do Chega, na sexta-feira, André Ventura anunciou esta terça-feira a sua candidatura à Presidência da República assumindo ter falhado ao não encontrar uma alternativa a si mesmo que estivesse “à altura das aspirações” do Chega.

André Ventura é candidato à Presidência da República. O anúncio foi feito esta terça-feira, numa conferência de imprensa que arrancou às 17h00 horas.

“Goste-se ou não se goste, o segundo maior partido do país e líder da oposição não pode deixar vazias nem vagas, não pode deixar em silêncio uma candidatura como aquela que representará as eleições de dia 18 de janeiro. O Chega não pode, não tem o direito, nem deve olhar para o lado, ignorar os seus militantes, os seus apoiantes e não lhes dar voz nestas eleições”, afirmou.

No discurso em que anunciou a sua candidatura a Belém, o líder do Chega sublinhou que tentou “garantir que o Chega tinha um candidato à altura das suas aspirações” ao longo dos últimos meses, mas que falhou “nessa tarefa de encontrar uma alternativa”.

“Não é segredo para ninguém, e tive a oportunidade de o transmitir ao Conselho Nacional, que decorreu na última sexta-feira, que procurei, conversei e falei com outros nomes possíveis que avançassem em nome do Chega para uma candidatura presidencial que tivesse reais hipóteses de vencer, que fosse reconhecida do povo português”, afirmou.

Um dos candidatos que mereceria a aprovação de Ventura seria Pedro Passos Coelho: “Tinha preferido que Pedro Passos Coelho fosse candidato a Presidente da República.

“Não foi possível. E ao não ser possível, o líder de um partido deve agir com o que tem e não com o que gostariam que tivesse. A política muitas vezes é a arte do possível. E a arte do garantir que aquele partido que lideramos, independentemente do risco pessoal que corremos, está representado“, apontou.

O líder do segundo partido com maior representação parlamentar defendeu ainda que nunca olhou “para o risco pessoal”, mas sim para aquilo que o partido queria alcançar “e para a importância do país que existe hoje, de um espaço político liderado por uma cultura anti-sistema, sendo sistema este sistema de conluio, de cultura woke, e de domínio cultural do estrangeirismo e da imigração tolerada” criada nos últimos anos.

Ventura pede “desculpa” por ter considerado apoiar a candidatura de Gouveia e Melo

“O sistema cria candidatos fracos para podermos apoiar. Para dizer que o Almirante Gouveia e Melo foi buscar o nosso eleitorado, que Marques Mendes afinal não era assim um candidato tão mau, ou que até os votos que o Partido Socialista transferiu para o Chega voltaram para António José Seguro. Criam uma candidatura fraca da nossa parte. Nunca, nunca, nunca permitirei conscientemente, deliberadamente, que o Chega tenha candidaturas para perder ou fracas“, defendeu.

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O líder do Chega, e agora candidato a Belém, argumentou que “nenhum dos três pode dizer ou afirmar que pode representar o rompimento e a quebra com o sistema” e criticou a atuação do adversário.

“Sei que me referi ao Almirante Gouveia e Melo num primeiro momento desta caminhada presidencial. Quero pedir desculpa aos portugueses. Não sabia, como não podia saber, que o Almirante Gouveia Melo, não obstante a forma como se apresentava às eleições presidenciais de fora do sistema, traria para dentro da sua candidatura o pior que o sistema político tem ou teve.”

A decisão foi tomada depois do líder do Chega ter ouvido o partido numa reunião do Conselho Nacional que decorreu no Fórum Lisboa na passada sexta-feira, dia 12 de setembro. Na ordem de trabalhos dessa reunião constava uma “análise e discussão sobre as eleições presidenciais”, bem como “outros assuntos”.

No discurso de abertura da reunião do Conselho Nacional, Ventura disse estar disponível para ser candidato. Depois da reflexão, e apesar de ter dito que este não era o momento ideal, Ventura avança agora para Belém.

“Mau sinal para a democracia”

“É um mau sinal para a democracia se eu me candidatar”, dizia em entrevista à CNN no passado dia 9 de setembro.

Ventura defendia que “o líder da oposição não deve ser simultaneamente um candidato presidencial“, e que só o faria “em último caso”.

O líder do segundo partido mais votado nas últimas eleições dizia ainda há menos de uma semana que esta era “uma decisão muito difícil”, mas, admitia que “se tiver de ir”, candidatar-se-ia (e assim será). 

Caso vá à 2.ª volta, Ventura admitiu em entrevista ao Sol que é ele o candidato da direita e que só não o seria se Passos Coelho se candidatasse.

“Fato que me cabe é o de primeiro-ministro”

Na entrevista dada no início de setembro à CNN, Ventura assumia ainda o desejo de alcançar o lugar que é agora de Luís Montenegro, porque é nesse lugar que poderia, justificou, “mudar as coisas de forma mais direta”

“Eu sinto que o fato que me cabe é o de primeiro-ministro de Portugal“, frisava.

Antes das legislativas de maio, o presidente do Chega tinha anunciado a intenção de se candidatar a Presidente da República, mas tinha vindo a distanciar-se dessa possibilidade depois do reforço do partido nessas eleições, que se tornou na segunda maior força no parlamento.

O líder do Chega foi candidato a Presidente da República em 2021, quando Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito para o segundo mandato em Belém. André Ventura teve 11,90% dos votos, e ficou em terceiro lugar, atrás de Ana Gomes.

Fonte: sic

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